terça-feira, 13 de julho de 2010

Aventuras de estagiária

Parar em velório por acaso. Ser assediada por político. Ficar plantada dentro de um carro, em estrada de chão. Namorar sem saber. Receber indiretas e “encaradas” de servidores terceirizados.  Atolar em trechos de lama por uma boa fotografia. Para alguns, isto parece cena de filme, para outros atividades que já ocorreram, para aqueles que me conhecem “aventuras de Vivi”.  Imagine, porém, todas essas atividades em uma única tarde. Imaginou? Então acrescente muitas responsabilidades, uma cidadezinha do interior e uma pitada de comédia.  A estagiária aqui viveu tudo isso na tarde de hoje.
 
O expediente tinha a pouco começado e todos voltavam do almoço. Eu e meus dois queridos colegas nos organizávamos para as atividades que estariam por vir. Nesta tarde eu deveria sair para acompanhar o andamento nas obras do município, junto do prefeito e do vice. Com mais de uma hora de atraso e sem poder levar meu colega comigo (que, segundo os boatos dos moradores do grande Novo Cabrais, é meu namorado) eu já previ como seria aquela tarde. Logo no carro, prefeito e vice, me importunaram com os insistentes comentários do meu namoro e riam sem parar das minhas respostas (confesso que foi engraçado mesmo).
 
Em nossa primeira parada, na construção de uma quadra coberta, os funcionários me assistem com olhares curiosos e, após a foto que produzi, comentam algo a meu respeito que não consegui ouvir claramente. Apenas recordo do prefeito respondendo: “Não olhem muito, ela é comprometida”. Eu ri da situação. A segunda parada foi por necessidade, na casa do prefeito para ele localizar algo (não lembro o nome do que ele precisava) e por “incrível” permanecemos ali por mais de 30 minutos devido a um eleitor tagarela. A caminho do próximo ponto, após ligação feita para meus chefes, fui informada que iríamos a um velório de conhecidos deles. Mudança de planos e eu, de carona, “adorei” perder mais de uma hora da tarde dentro de um carro, esperando meus “queridos” chefes se despedirem do defunto, como eles disseram (depois descobri de quem se tratava).
 
Entediada e após quase esgotar a minha lista de contatos “Vip” em ligações para passar o tempo, seguimos em direção a outra localidade do interior. Pra minha surpresa era a localidade que eu moro (Cortado, pra quem não sabe) e isso não estava nos meus planos. O objetivo era fiscalização de serviços, assuntos do prefeito, entre outras paradas para solucionar, conversar ou comentar coisas com alguém. Já eram quase quatro horas da tarde e, diga-se de passagem, eu tinha apenas uma das fotos que precisava (até pensei em tirar uma do velório, pra registrar presença :P).
 
Lá pela (já não sei o número da parada) estacionamos no posto de gasolina local e enquanto prefeito e vice conversavam com alguns cidadãos (depois descobri que se tratavam de um vereador de outro município e alguns “puxa-sacos” dele) eu aproveitei para conversar com duas amigas que trabalhavam por lá. Como sempre dei boas risadas. Ao ver que meus chefes se aproximaram do carro, me dirigi até lá e fui “surpreendida” após estender a mão para cumprimentar um dos caras, que me puxou e passou dos “três beijinhos” e me abraçou e continuou falando abraçado...Folgadooo que só ele, descobri que se tratava do tal vereador, cabo eleitoral de um deputado, chato e feio, pra ressaltar. Além de mim ele tentou a mesma “aproximação” com uma das minhas amigas.
 
Quase final de expediente, já em outra localidade, quase cai e, atolei na lama para conseguir uma foto interessante para minha reportagem e para posterior fiscalização da obra – uma ponte. Os operários, terceirizados, de outra cidade, me engoliram com os olhos como se não vissem mulher alguma a mais de meses. Pra ridicularizar ainda mais a cena o vice-prefeito brinca: “Vivi não vai cair aí de cima. Dai os meninos terão que te ajuntar”, imediatamente, percebi olhares maldosos com a expressão “pode cair” e sussurros entre os dois mais próximos. Depois, prefeito comentou comigo que eles não eram dali e dormiam em uma escola abandonada ali por perto. Pelos olhares de “seca” deles fiquei imaginando o que seria naquela noite, das pobres vaquinhas que pastavam ali por perto.
 
Pra encerrar a jornada, em cima do laço, ainda fotografei outra obra, mais próxima do local de trabalho. Nesta um dos funcionários saiu com a frase “eu tenho até medo dessa câmera” e outro menino que não disfarçava os olhares, respondeu “Ainda bem que é da câmera”. Novamente, meninos/homens (feios e com cara de mongos por sinal). Após essa foto, prefeito concluiu que eu não poderia sair sem “guarda-costas” nessa época de tarados, quer dizer terceirizados para as obras do município. Retornei para meu local de trabalho, que já tinha alguns muitos recados, e todos já riam por algum motivo (de mim). 
Fotos tiradas, risadas dadas, defunto velado, compromissos e recados dados. 
Mais uma vez o dia foi salvo pela comédia dos meus dias.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. E aí priminha, blza??
    Como tu passa seguido no meu blog resolvi dar uma visitada aqui no teu.
    Muito bom viu!!!
    Quanto o texto, gostei muito e, mesmo não estando junto, "vi" todas as situações.
    O tal vereador tenho certeza que era o Betinho e até o defunto sei quem era tg, hehehe
    Manda vê aí menina, beijo enorme
    te cuida, até mais

    Jonas Arreal

    ResponderExcluir

Pesquisar este blog