quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

De dona de casa a princesa de luxo: Minha independência



O título resume o que tenho vivido. Para quem não sabe, já que a tempos não dou as caras para falar da minha vida, venho trocando tudo de lugar na minha vida, desde meados do ano passado e apenas consegui finalizar a transformação em 2012. Sim, agora sou independente. Moro sozinha (numa cidade 100 vezes maior do que a que morava), voltei a dirigir, trabalho no que eu sempre quis, faço o curso que eu amo e ainda mil e uma atividades que eu sempre quis fazer.


Agora eu posso. Inglês, espanhol, academia, dança, as melhores festas, as melhores viagens. Modéstia a parte conquistei a vida por mim tão desejada e que é o sonho de toda jovem da minha idade (e até mais velhas). Amigos incríveis, festas maravilhosas (e geralmente mais que uma por noite e por final de semana), as bebidas mais caras, os melhores e maiores presentes. (Sem falar que esse ano, enfim conhecerei a Europa). Contatos, trabalho e amigos, me renderam isso. E NÃO. Não existe nada que eu queira e não tenha e nem nada a que eu posso reclamar. Dos meus pais ao meu emprego, tudo é incrível e como eu sempre quis.


Então, lendo isso, muitas pessoas vão me achar A CONVENCIDA e outras ainda se perguntar “Mas como eu não consegui? É tão fácil assim?” e foi por isso que eu resolvi escrever esse texto. Por que a maioria dos jovens que eu conheço são tão conformados com o que tem e com a papai e a mamãe do lado, que não percebem que só não tem tudo o que querem, por que em momento algum tiveram coragem de ir atrás disso.


Eu lavo, passo, limpo, cozinho. Estou tendo que superar meu jeito atrapalhado e arregaçar as mangas, todos os dias. Ainda assim, caminho 16 quadras até meu emprego (32 por turno, é só calcular). Divido-me em mil para dar conta de tudo e ainda sobrar tempo de fazer boas leituras e bons comentários. Tenho que ter boas notas na universidade, por que sou bolsista e, também, por que faço questão de poder concorrer a vagas de bolsas para pós graduação. Cada prêmio que eu conquisto, me rendeu noites sem dormir, muitos miojos, barras de chocolate, café, energético e até vodka.  Desfiz-me de amigos falsos, de gente arrogante, amores meia-boca, cargos políticos e coisas do gênero que a grande maioria prefere manter, por que é “mais fácil”.


Vivo correndo para não perder o ônibus, enlouquecendo taxistas, motoristas e quase sendo atropelada de tão distraída que sou. Para quem morou 20 anos em um lugar que passa um carro a cada hora, uma cidade como Santa Cruz é uma selva. E mesmo assim, eu não abro mão de nada que tenho e se for preciso, arrumo mais trabalhos extras e lavo e passo mais ainda. Não tenho medo da realidade, muito menos de encarar a vida. E deu certo, posso dizer que com 21 anos, tenho absolutamente TUDO QUE EU QUERO e, melhor, DO JEITO QUE EU QUERO. 


Se você ai fica se lamentando e se mordendo, acorda para a vida, as oportunidades estão ai, só basta você ter um pouquinho de boa vontade e levantar essa bunda da frente desse computador enquanto a mamãe prepara o jantar... 
Ou morra se lamentando, também, a escolha é sua ;)

domingo, 15 de janeiro de 2012

Descanse em Paz


Demorei em criar coragem de escrever esse texto, afinal ninguém gosta de falar sobre funerais. A morte não é, e nunca será, algo fácil de lidar. E quando foi suicídio, a história fica ainda mais difícil. Ninguém gosta de admitir “o fulano se matou”. 


Desde pequena, lembro-me da minha vó me cutucando e sussurrando algo do tipo “não fala isso, é feio, foi deus quem levou ele”. Bom, sendo Deus que levou, só pode ser algo bom, ele jamais tiraria de mim algo que me é necessário. 


Mas foi suicídio sim, apesar de boa parte da “população” ainda não saber disso. As pessoas me cobram, me cobram muito, como se eu fosse a culpada, em partes, por deixar ele ir. Mas eu sou humana e não consigo viver com meias verdades, então desisti de esperar e deixei que ele se matasse da minha vida e levasse com ele toda magoa que eu sentia. Não consigo explicar se isso foi bom ou ruim, e não cabe a mim esse tipo de juízo. Fiz o certo, o que deveria ser feito. Cada um que responda pelos seus atos.


Passado as lágrimas do velório e a dor quase insuportável de vê-lo sendo sepultado (mesmo que cercada de inúmeros abraços),  a vida tem que continuar. Afinal, eu ESTOU VIVA e eu quero viver. Não é por que alguém se suicidou da minha vida, que preciso ficar o resto dos meus dias choramingando ao redor do caixão (a essas horas já decomposto por vermes e engolido pela terra).


E o pior é que as pessoas que acreditam que foi morte “normal”, vêm me cobrar pela espera da ressureição. Não caiu a ficha ainda? Não há como desenterrar alguém que está a sete palmos do chão. Eu cortei a corda inúmeras vezes, desengatilhei a arma, escondi os remédios e até dobrei a dose de paciência. Mas ele resolveu tomar o tal do veneno do orgulho, e contra esse eu já não podia fazer nada senão vê-lo morrer. 


Agora ele morreu, já o vi sendo enterrado e as essas alturas só restam parasitas ao redor do seu corpo. Deixem seu corpo em paz e mais, deixem a minha alma em paz. A escolha da morte foi dele, não minha. Descanse em paz amor! Descanse... E me deixe viver.

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