quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Amor da “vida” não é amor “pra toda vida”

 Qual é o problema das pessoas com esta diferença? Já dizia o grande Vinicius de Moraes “que seja infinito enquanto dure”. Poxa gente, quando vão parar de viver maltratando a própria existência em miseras ilusões. Fico revoltada quando leio em sites de relacionamentos, recados e coisas do gênero o “amor para toda vida”. Os humanos têm bola de cristal? Não, são apenas palavras efêmeras e ditas no “calor da hora”. Não há como prever o futuro. As coisas apenas acontecem e não há o que se possa fazer contra o tempo a não ser aproveitá-lo. Apenas ame. Mas ame hoje, o amanhã a Deus pertence.
Os grandes amores podem até ser tido como amor “da vida” afinal naquele momento ele pode até ser. É intenso e único. Mas o que garante que não é momentâneo? É profundamente estranho olhar para o passado e ver em nossos primeiros amores inexistentes aquele sentimento que, antigamente, sonhávamos ser eterno. Quem garante que o amor de hoje não será o estranho de amanhã? É, pois é.
E então surgem as promessas, os planos e aquele turbilhão de sonhos que atropela tua vida social, tua relação familiar e com os amigos e o trabalho. Você vive para alguém que julga eterno. E este “eterno” pode durar uma vida, um ano, um mês ou, até mesmo, uma noite. Se durar meses e anos, o próprio tempo já transforma as expectativas e a química da paixão esfria. Reduzem os batimentos, o frio na barriga passa e a sensação chicle se desfaz. Logo aquele homem ou mulher incrível se transforma, na melhor das hipóteses, naquele ser que te atura e te faz companhia e, na pior, naquela mala sem alça com quem se dividi as contas e a cama.
Mas para que nós preocuparmos com isso? Fazer da vida a cada dia um novo dia e amar por completo apenas no instante é o que podemos fazer. Só isso completa o ser humano e, talvez, seja nossa única chance de viver um amor eterno. Nem que seja apenas enquanto dure...

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