sábado, 18 de setembro de 2010

E se não fosse racional...


















                                                               Imagem: http://www.imotion.com.br/imagens/
Mesmo me considerando anormal em alguns aspectos, diferente e fiasquenta de carterinha, ainda, sim sou da turma dos mortais racionais. Aliás, todos somos (até que provem o contrário). Eu, pessoa que utiliza do bom senso, controla os impulsos e já sabe prover o fogo sem que seja de raios ou pedras me peguei pensando o que seria da vida social se agíssemos impulsivamente.
E se falasse o que realmente penso? Eu até tento. Odeio meias palavras e indiretas, mas, indiscutivelmente o humano omite. E se saíssemos por ai transado no primeiro impulso sexual?  E se não segurássemos a raiva e bater fosse a primeira reação? E tudo reagiria na primeira vontade, no instinto, na gana, na sede, no desejo e no momento. Imaginar cenas típicas disto é primeiramente interessante, depois cômico e, sem sobra de dúvida, torna-se um CAOS.
Segurei o riso quando imaginei a cena no dia de hoje. Evento lotado, pessoas estressadas, entediadas, alguns mal comidos (não negam o mau humor e a cara de insatisfação), outros revoltados, políticos, jovens com os hormônios a flor da pele,... A minha fértil imaginação formou a cena e revi flashes do filme “Perfume” em que todos transam com todos e a rua é palco de uma orgia social. Sem falar nas pessoas respondendo à altura a arrogância dos outros, respeito algum nas filas e “sai da frente” ao invés de “com licença”. Foi hilário e profundamente estranho.
E comigo? Já pensou se eu reagisse aos insultos arrogantes, responde-se os gritos com gritos, topa-se sexo a cada par de pernas masculinas que me propõe. Agarra-se instintivamente os que me encantam, batesse a cada insulto insolente, me despi-se a cada sensação de calor excessivo, devorasse pratos como os devoro com os olhos. Realmente, é muito bom sermos racionais. Bom EU ser racional...
 

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Vendaval dentro de mim

Me derruba, me abala, mas me refaço.





















E de repente uma tempestade te atinge e abala tua vida. Tudo que você sentia e tinha fica suspenso no ar. Sabe o que eu queria? Uma casa bem resistente pra me abrigar. Mas o vento a desfez. E Eu? Preciso seguir adiante.
Agora eu vi coisas, que antes eu não enxergava. O vento aterrorizante que me deixou em noite mal dormida, me acordou em pesadelo, trouxe uma depressão em mim, abalou a forte estrutura.
Nos vizinhos, casas destelhadas, estradas interrompidas. Os amigos choram e desabafam em confissões sem fim. Eu mesma, preciso ser ouvida. Este vendaval levou mais que construções, atrapalhou mais que simples trânsito. Modificou minhas vontades, clareou minhas verdades e levou muitos à reflexão.
Poucas vezes falei sobre isso, mas eu vivo uma depressão alternativa, ou um tanto diferente. Ela me atinge de tempo em tempo, em intervalos cada vez maiores (pra minha felicidade). Ela aparece e abala tudo, muda tudo. Uma reflexão, um estado de espírito horrível e agonizante. Um aperto no peito, soluços na boca, peso na alma.
Eu me reviro na cama. Almoço se revira no estômago. Os sentimentos se embaralham e eu amo e odeio ao mesmo tempo. Antigamente, quando vivia esses dias (que não são a TPM) eu me trancava no quarto, socava a parede e chorava sem parar até adormecer e acordar no outro dia melhor. Porém, a dura realidade é não poder fazer isso e ter que encarar tudo e todos como se nada estivesse acontecendo.
Ainda não chorei, não tive tempo. Confesso que remôo lágrimas atrasadas em meus olhos. Pra minha sorte o dia está acabando, o sono chegando e amanhã a tempestade terá passado...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Indiferente frieza

Pobre menina esperta. Que de tão esperta se passou a perna. Jovem sorrateira julgava saber o que fazer, mas perdeu a razão... Hoje ela até entende seu coração, mas não bota fé nas suas palavras. Ela sabe que são da boca pra fora.
 Ela sabe bem o quer e ela sabe como ter. Ela pode ter. Mas nega a si mesmo. Teme seus próprios sonhos. Nega seu próprio desejo.
Sim, ela deveria se golpear. Fazer sangrar a própria pele. Esgotar-se em lágrimas. Mas, não, nem isso ela conseguiria.
Sentimentos não a atingem. Não, como ela queria. Palavras não a tocam. Ou talvez, não sejam as palavras certas. Ela é de uma sensibilidade extrema e ao mesmo tempo tão indiferente, tão sóbria, tão gelada...
Ela vê coisas tão surreais aos normais. É de uma percepção inimaginável e inatingível. E mesmo assim, desperdiça-as. Um dia essa garota vai despertar, sabia? Um dia ela não terá medo de todo seu potencial.  Um dia, e espero que este não tarde, ela Irá se mostrar. Nesse dia , ah nesse dia...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sobre sentimentos

Perambulando no meu mundo, depois de frases bobas ouvir, choros presenciar, declarações vazias e perguntas que a mim fizeram, relatei... 

Por que a sociedade insiste em nos colocar em quadrados, em padrões pré-selecionados, nos enquadrando em algo? Poxa, me nego a viver nessa utópica ideia de ser isso ou aquilo.  Não consigo moldar o meu sentir, não posso apresentá-lo numa forminha bonitinha e certa. Esperam respostas certas. Ok, em questões profissionais e de rotina sabemos resolver, qualquer que seja, mas como definir os sentimentos?
Os humanos me assustam, confesso. Dizem “Eu te amo” como quem diz “bom dia”. Impõe nomes e formas aquilo que, ilusoriamente, julga sentir. Pode parecer egoísmo, orgulho ou muito grado por liberdade, mas sentimento não se enquadra; não se limita. Só é real se for incondicional, indefinido, infinito.  Afinal, que amor é esse que cabe em palavrinhas fúteis e simbólicas como “namoro”, “noivado”, “casamento”? Como ser um sentimento intenso e puro se, se perde no tempo em meio a fases pré-estabelecidas, planejadas, estipuladas. O sentir é sentir, e sentir é agora, não se “pré-sente” pelo amanhã.
Perguntei para meu maior ídolo o porquê das pessoas “casarem”, por exemplo. “Para ter uma companhia”. Bando de humanos carentes, isso que parecemos. Medo de ficarmos sozinhos, medo de pernoitar só no inverno. Pra mim, tudo muito vago. Não me encanto em coisas do gênero. Não me agrada a ideia de viver algo apenas para preencher necessidades passageiras.
E alma gêmea? Não existe essa historinha de “é perfeito pra você”. Você pode dar certo com qualquer seja a outra metade - limão, laranja, morango. Para dar certo, mesmo que por instantes, o perfeito é o encaixe das partes. O que importa é o todo que dois formam e não o que cada um é separadamente.
 

Pense nisso caros mortais! 

...E parem de fazer drama que amor só machuca e faz sofrer. São vocês que estipulam ao invés de apenas sentir. Descomplique. A vida é rara!
 

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