sábado, 26 de janeiro de 2013

Eu queria uma nova aventura...



Sempre quis viajar para outro país. A princípio, a primeira viagem seria para algum país Europeu. O custo alto, a falta de tempo (sim, já que o mais caro é a passagem área, queria aproveitar para ficar mais tempo) e o fato da viagem vir de PAItrocinio, fizeram repensar. O destino então seria o Uruguai, mas precisamente, Montevidéu, já que é pertinho do RS. O preço altíssimo das diárias, comida, festas e afins me fez acrescentar Buenos Aires (um pouco mais longe, no país Hermano), a lista de destinos.

Faltando pouco mais um mês para meu aniversário, no impulso, reservo um hostel bacaninha que achei na internet. O valor, realmente, era bem mais em conta que alojamentos do Uruguai, valor que eu ainda deveria usar na passagem aérea. Um mês para a viagem e eu ainda não havia comprado a passagem. As passagens áreas lá no alto (com o perdão do trocadilho), os pacotes de viagens mais ainda e meus pais pressionando para que eu me decidisse logo. Cálculos feitos e refeitos, e decidi que iria de ônibus. Sim gente, de ônibus. Metade do valor da passagem aérea (que, diga-se de passagem, seria suficiente para pagar a minha diária no albergue). Logo, o valor da viagem que era para até R$ 2 mil, cai para menos de mil (eu faço milagres com dinheiro, quando eu quero ;P). Assim sendo, ao invés de uma semana podia estender minha permanência pela capital Argentina (no fim das contas 2 mil reais foi o gasto total da viagem, contando custos básicos, muitos livros, festas e presentinhos ;P).

Cartão visa internacional encaminhado. Hostel reservado. Ideias Mil. 1 semana antes da minha viagem e sem obter retorno da instituição bancária, descubro que eles simplesmente NÃO SABEM O QUE ACONTECEU COM MEU CARTÃO DE CRÉDITO. Perdeu-se no processo. Reviro mundos e fundos, vou novamente para cidade onde solicitei o cartão, falto o trabalho, adio a viagem. Os bonitos me enrolam meia hora para dizer que não sabem o que fazer. “desculpa moça, erramos, mas não temos como solucionar”. Cooomo assim? Me revoltei, falei poucas e boas e sai de lá querendo colocar fogo naquela porcaria (ok, exagerei para ser mais emocionante, sai querendo colocar um baita processo mesmo...).

Respirei fundo. 2 dias para a viagem. Passagem comprada no dia anterior. Iria viajar com o cartão do pai.  Alegria de pobre dura pouco. PERDI MINHA RG. E, sim, não é possível entrar na Argentina sem passaporte ou Identidade. A lei era clara e o meu choro exaustivo – durou a noite toda. Eu não iria mais. Meu sonho caiu por terra. Habilitação, certidão de nascimento... Nada, a alfandega não me deixaria passar. Vendo meu desespero meus pais estavam de cabelo em pé, estavam acostumados a me ver perder tudo, mas desta vez havia algo maior em jogo. Meu pai me levou para Santa Cruz de novo e eu estava disposta a colocar meu apartamento de pernas por ar até encontrar a dita cuja. Engoli o choro, nem soluçar não soluçava mais. Não estava lá, eu não iria mais. Desapontada e já me conformando, o telefone toca:

“Oi Cássio (meu chefe), é o pai da Vivi, o celular dela está sem bateria. Encontrou? Menos mal. E onde estava?”

Gargalhadas.
Mais gargalhadas.
Minha identidade estava dentro do meu armário, no trabalho, dentro de uma caixa de bombom. (não me perguntem como ela foi parar lá)

Resultado: o mundo deveria estar acabando, mas em 21 de dezembro de 2012, eu estava chegando em Buenos Aires para viver a melhor experiência de toda a minha vida. Totalmente sozinha, sem conhecer nada, nem ninguém. E, chegando lá,... Bom, essa já é outra história. 

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