quinta-feira, 28 de julho de 2011

Sempre na contramão: No grupo das putas?

foto: sxc.hu
Menina santa, menina puta. No interior é esta a definição que temos e as meninas devem escolher o que querem parecer. Do contra, como sempre, odiava ter que representar e ser o que eu não era. Nunca fui puta, nem santa e não fazia, nem faço, a mínima questão de se parecer isso ou aquilo.
Por volta dos 14, já achava ridículo ficar na frente de todo mundo para disser que era santa e não fazia nada demais. Com certeza cansei de ouvir gente “mais grande” falando que achava a filha do vizinho uma puta por que tinha dado uns beijinhos – super inocente - no cara na frente de todos e os pais dela iam castigar. E ficar escondido era feio, já que isso mostrava comportamento de puta. Bom, então, eu era do grupo das putas, por que odiava gente fazendo comentários a respeito de quem eu fiquei ou deixei de ficar. Da minha vida sempre gostei de cuidar eu mesma.
Duas ou três amigas e meus pais eram os únicos que sabiam. Sim, eu contava tudo para meus pais, principalmente para o pai, meu melhor amigo. E eles nunca quiseram me tirar da escola por que beijei um cara, eles sabiam que eu não fazia nada demais. Inclusive eu usava eles de cumplices para me acobertar. Meu pai às vezes dizia se arriando, ainda diz, “que guri feio, tu não é minha filha” e a mãe fazia algum comentário sobre o jeito dele e se ela gostava ou não mas eles NUNCA se meteram. Bom, meu relacionamento com meus pais já é outra história de exceções.
Namorar em casa é crucial também, você tem que levar o cara em casa e apresentar para todo mundo. Do contrário, é puta. Os melhores relacionamentos que tive inclusive o que tenho, não foram formalizados – não sou contra assumir, apenas de ser repentino e para “aparecer”. Acho que nada difere um nome, um padrão, o que vale é o que você sente e o que te faz feliz. Para eu, dizer aos quatro ventos que é comprometida não é garantia de lealdade, muito menos de alegria. Marasmo? Nem pensar, já imaginou a Vivi numa rotina certinha? Não dá né. Para não disser que não provei do outro lado, também fiz tudo certinho, namorei em casa (depois de 2 semanas com o guri), segui o roteirinho e tal, resultado? Um caos.
Hoje ainda, recém iniciada na vida adulta, continuo achando ridículo namoros repentinos, eu te amo para qualquer um e que fazer algo na frente de todos te torne santa ou diaba. Acho que a mídia vende um estereotipo, vende o comportamento ideal e as pessoas acham mais simples ir lá e comprar - e o pessoal do interior faz isso como ninguém. Não me aguarda NENHUM relacionamento que conheço – ainda que admire alguns – e, portanto, seguir o roteirinho – beijo, sexo, namoro, noivado, casamento ou ajuntar - e fazer o que todo mundo faz não vai me levar onde quero. Nem anjo, nem demônio. Apenas sei muito bem o que eu quero. E dai me perguntam, mas não acha que fulana é feliz com o que ela tem? Ela pode ser, eu não seria.

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